Comentário Mensal do Gestor – Dezembro 2020

O aprendizado de 2020 deve sustentar o sucesso para 2021

Iniciamos 2021 com otimismo renovado. A cada dia ficam mais claros os caminhos para superação dos desafios impostos pela pandemia da Covid-19 ao mundo.

Apesar de 2020 ter sido um ano repleto de incertezas e dificuldades, a grande maioria das empresas com ações em bolsa conseguiu se adaptar e aproveitar muito bem as oportunidades. Esse é o principal motivo para o investimento em uma seleção de boas empresas em um fundo de investimento em ações.

Aceleração de tendências beneficia as empresas em bolsa com capacidades diferenciadas

Conforme indicamos entre meados de março e abril, no auge do pânico provocado pela pandemia, as tendências que já favoreciam as empresas em bolsa foram aceleradas. Em vários setores avançou a consolidação de mercado pelas grandes empresas, tais como na saúde, educação, varejo e locação de veículos. Isso foi sustentado pelo maior acesso à recursos financeiros e estruturas de gestão melhor preparadas para mudar rapidamente, fatores bem mais difíceis para as pequenas e médias empresas.

Um destaque nisso foi a rápida exigência da digitalização das operações e de negócios online. Fatores que impulsionaram um crescimento acima do esperado em vários setores na bolsa. Bons exemplos foram as empresas de varejo eletrônico e serviços financeiros, tendência que deve continuar neste ano.

Políticas dos governos tem limites, mas permanecem necessárias e devem ser prolongadas

A rapidez que os governos adotaram políticas para sustentar a renda e consumo foi outro ponto favorável. Com um cenário de melhora gradual das economias, debilitadas pelo desemprego e confiança ainda fraca, estas medidas devem ser renovadas ao longo de 2021, até mesmo pela forte repercussão eleitoral.

Ao passo que as restrições nas contas públicas são crescentes, embora de impacto no médio e longo prazo, vide as taxas de juros ainda bem baixas. Esse é um fator que pode gerar estresses durante o ano.

A manutenção da injeção de recursos nas economias, via recursos à população e outros tipos de incentivos fiscais, combinada com taxas de juros abaixo da inflação e suporte ao crédito pelos governos, reforça a continuidade do aumento das receitas em boa parte dos setores em bolsa.

Mercado de Capitais ressurge como boa alternativa de recursos às empresas que investimos

Este cenário também garante as grandes empresas captarem novos recursos no mercado de capitais. Embora a captação através de debêntures no país tenha recuado 40% em 2020, para cerca de R$ 110 bilhões, nesse ano na bolsa local foram captados R$ 177 bilhões. Foram 28 empresas que emitiram ações com sucesso, a maior de quantidade de empresas desde 2007 (64 empresas naquele ano), em um movimento pouco esperado e com várias indicações que deve se repetir em 2021. São recursos muito saudáveis que estão sendo utilizados para retomada de investimentos e expansão, seja orgânica ou através de aquisições, e para redução e alongamento do endividamento.

Patamar atual do câmbio mantém inflação pressionada, porém é benéfico para vários setores

Até mesmo a desvalorização cambial de 31,2% do real perante o dólar em 2020, que afetou fortemente os preços das matérias primas e alimentos, foi um fator interessante para várias empresas em bolsa. Seja pelo ganho de competitividade nas exportações ou pela melhora de preços frente aos concorrentes importados. Prova disso foi a balança comercial com superávit de US$ 51 bilhões, o maior desde 2017.

Esse estímulo do câmbio tem resultado em maior faturamento e margens, gerando mais caixa em setores como papel e celulose, mineral, frigoríficos, agrícola, e até mesmo para a siderurgia e bens de capital.

Projeções do mercado, divulgadas semanalmente pelo Banco Central (boletim Focus), indicam atualmente a cotação do dólar perante o real em R$ 5,00 ao final deste ano, o que é uma situação interessante para boa parte das empresas que acompanhamos e investimos.

Investidor bilionário, Warren Buffett explica: “o preço é o que você paga, o valor é o que você leva”

De forma geral, o desempenho das empresas durante a pandemia mostra que o estresse das cotações muitas vezes não tem relação com o valor intrínseco dos negócios. Momentos assim são oportunidades. Esse ano comprovou a segurança de investir em um fundo de ações. Isso dentro da perspectiva que é uma alternativa para formação de patrimônio ao longo do tempo, e não para o curto prazo.

Com experiências como nesse ano, ressaltamos a importância de enxergar a variação das cotações não apenas como risco. A volatilidade das cotações é muito relacionada a facilidade de negociação, o que no mercado é chamado de liquidez. Essa é uma qualidade que poucos investimentos possuem. Apesar de que sacar nesses períodos deve ser somente por necessidade inesperada.

Conjuntura sustenta juro da renda fixa baixo e estimula os investidores avaliarem alternativas

No Brasil o movimento de migração de investidores concentrados excessivamente em renda fixa para aplicação em empresas na bolsa deve continuar. Conforme dados das principais entidades do mercado financeiro, mais de 90% das aplicações financeiras no país ainda estão relacionadas à renda fixa, rendendo atualmente na faixa de 2,0% ao ano. Isso antes dos impostos e da inflação, e muitas vezes com prazos demorados para movimentação.

Mesmo com expectativas para aumento da taxa de juros no Brasil, dado a atual pressão inflacionária, esse é um movimento esperado apenas no segundo semestre. Além de ser de forma gradual, com projeções de mercado para os juros da renda fixa em 3,0% ao final do ano, segundo o Banco Central.

Investidores estrangeiros voltam a aplicar em ações no mercado local

Com o Índice Ibovespa equivalendo à 23 mil dólares ao final de 2020, quase a metade do auge de abril de 2008, é interessante observar que nos últimos dois meses os estrangeiros voltaram a investir na bolsa local. Após investirem um saldo de cerca de R$ 33,3 bilhões em novembro, a B3 indica que nesse mês de dezembro foram R$ 19,74 bilhões como saldo positivo em investimentos na bolsa brasileira.

Investir deve ser um processo contínuo, periódico, ajustando à evolução das necessidades

Não é necessário ficar esperando condições melhores para avaliar ajustes nos investimentos pessoais. O importante mesmo é entender seu perfil. Separar em renda fixa o capital para eventos inesperados e gastos planejados. No capital para investimento aplicar periodicamente visando rendimentos maiores e no médio e longo prazos, que é o nosso objetivo.

Como sempre, vamos ter dois ou três momentos de estresse durante o ano, por motivos frequentes como questões políticas e econômicas, ou, por eventos inesperados. Ao passo que, como vimos em 2020, esses são momentos que estimulam os governos e a sociedade encarar os problemas e buscar soluções.

Para o investidor sempre serão oportunidades para revisar suas posições e aproveitar oportunidades.

Conte conosco e invista sempre.

Um abraço,

Rafael Costa
Gestor de Investimentos
Próprio Capital Gestão de Recursos

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