Comentário Mensal do Gestor – Março 2021

Avaliar o curto prazo com foco no longo prazo: aproveitar oportunidades sem menosprezar riscos

Sem dúvida é muito importante que todo o mundo continue direcionando os esforços para superarmos logo a pandemia da Covid 19. Do ponto de vista do investidor, em que pese ainda mais a obrigação de mapear e entender os riscos, não devemos esquecer que nas situações de incerteza elevada sempre surgem boas oportunidades.

O resultado do Próprio Capital FIA na pandemia demonstra que existem boas alternativas

O único fundo que gerimos é um fundo de ações com uma política bastante restrita. Investimos somente em ações de companhias negociadas na bolsa B3, diversificando bem, sem concentrar os ativos.

A liquidez de negociação é outro critério básico para formação das posições nas empresas investidas. Isso sustenta ao cotista a possibilidade de cotização para resgate em D +1, com pagamento em D+3, embora a recomendação é que o investimento seja para o aplicador com objetivo de longo prazo.

Outra política é que o fundo não permite derivativos e nenhuma forma de alavancagem, tal como mercado futuro, opções e operações à termo ou swap. Sendo que eventuais posições em caixa são aplicadas somente em operações compromissadas com títulos públicos federais. Ou seja, também não investimos em títulos de renda fixa privados ou de outros mercados, e nem em outros fundos.

Dessa forma, o Próprio Capital FIA é efetivamente um fundo de ações cuja classificação ANBIMA é Valor Crescimento, e tem um posicionamento que o mercado indica como Long Only.

Mesmo com essas limitações, após um ano do impacto mais crítico da pandemia sobre as cotações do mercado financeiro, o resultado acumulado do fundo nos últimos 12 meses em 31 de março de 2021 foi uma valorização das cotas em +112,04%, enquanto o Ibovespa teve variação de +59,73% nesse período.

No ano de 2021, encerramos este primeiro trimestre com ganho +5,83% no fundo, perante desvalorização de -2,0% do Ibovespa. Ainda que em março de 2021 as cotas do fundo tenham valorizado +3,88%, um pouco abaixo da variação de +6,0% no Ibovespa.

Ambiente internacional continua favorável ao investimento em países emergentes

Nos próximos meses o foco dos países deve continuar em viabilizar a vacinação em massa para o Covid-19, assim como, na manutenção de incentivos para recuperação das economias aos níveis de atividade anteriores à pandemia. Essa postura ativa dos governos, cujo maior impulso é dos EUA e China, vem sustentando a melhoria das projeções de crescimento e emprego no mundo.

Vide os EUA, onde o banco central Fed têm declarado manter uma injeção maciça de recursos, de US$ 120 bilhões por mês, e sua taxa básica de juros próxima de zero até 2023. No campo dos gastos públicos o governo Joe Biden inicia a aplicação de investimentos de US$ 2 trilhões. Em contraponto, a sinalização de aumento de impostos para empresas nos EUA indica uma realidade difícil de evitar, de que estes gastos excepcionais e incentivos devem implicar em mais custos para sociedade, no futuro.

Essa conjuntura de estímulos sustenta uma boa perspectiva aos mercados emergentes como o Brasil. Com destaque para o volume crescente de exportações e em preços favoráveis, e ao fluxo de recursos para empresas e infraestrutura. Dentro disso, o mercado financeiro prova que é um dos canais mais eficientes desse movimento, no Brasil com a forte participação de estrangeiros nas várias empresas que iniciaram a negociação de ações na bolsa, em concessões e recordes em fusões e aquisições.

Cenário interno destaca política e pandemia, enquanto muitas atividades indicam superação

O país segue o que acontece em várias nações em relação à dificuldade na composição de interesses e prioridades entre os setores da sociedade. Porém, frente à esta fase aguda da Covid-19, a disseminação da vacinação é um fator que começa mostrar resultados, tendo poder transformador.

Ao passo que as disputas políticas seguem gerando ruídos, por vezes estresse ao mercado financeiro. Embora sempre tem sido assim nos governos, em todos os níveis. Um ponto crítico atual é o orçamento federal de 2021, dado a necessidade de acomodação do impacto da pandemia e demandas políticas. As mudanças em ministérios e cargos mostram que o governo tem muitos recursos para lidar com isso.

No entanto, é esperado que essa fonte de estresse deve continuar ao longo dos meses, na fase da execução financeira, frente aos limites do teto de gastos e a lei de responsabilidade fiscal. Além da expectativa de Reforma Administrativa, possivelmente da Reforma Política, e talvez, da Tributária.

Banco Central aumenta os juros Selic, referência da Renda Fixa, mas sem ganho real ao Investidor

O câmbio desvalorizado e desarranjos em algumas cadeias de produção continuam pressionando custos, e são fatores que podem mudar rapidamente. Passados alguns meses isso se dissemina na inflação ao consumidor e nas projeções do mercado. O Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central, indica que a taxa de juros Selic deve continuar aumentando, dos atuais 2,75% ao ano para 5,0% ao ano em dezembro. Mas ainda sem gerar ganho real ao investidor de renda fixa, considerando que são taxas próximas às projeções do mercado para a inflação do IPCA, de 4,81% para este ano.

Muitas empresas com ações em bolsa publicaram resultados robustos em 2020

Os resultados de 2020, até mesmo em setores pressionados pela pandemia, comprovam a capacidade das empresas locais em superar crises e liderar mudanças estruturais. Várias companhias tem acelerado consolidações setoriais e a digitalização, resultando em operações mais multicanais (online e físico) e na adoção das tecnologias da chamada indústria 4.0. Com isso, apesar de muitas restrições, foi muito comum observar crescimento do faturamento, melhorias nas margens, e principalmente, do lucro.

Nesse contexto priorizamos empresas que se beneficiam da recuperação econômica global, e gradualmente investimos naquelas muito afetadas nesse período, mas que mantiveram seus fortes diferenciais competitivos. Evitamos empresas com maiores desconfianças sobre a gestão do negócio.

Investimento periódico, seguindo seu perfil, conhecimento e objetivos é a melhor estratégia

Nosso trabalho é buscar rentabilidade, mas o investidor deve avaliar seu patrimônio, conhecimento e objetivos, e se for adequado, fazer investimentos periódicos e nas quedas reforçar aplicações. Em nossa visão essa é uma estratégia que faz muita diferença mesmo.

Conte conosco e invista sempre.

Um abraço,

Rafael Costa
Gestor de Investimentos
Próprio Capital Gestão de Recursos

Importante/Leia com Atenção: Material Publicitário. Este material tem propósito exclusivamente informativo e, portanto, não deve ser considerado como recomendação de investimento, oferta de venda de cotas de fundos de investimento ou de qualquer título ou valor mobiliário. Informações econômicas, previsões, opiniões, técnicas ou estratégias de investimentos mencionadas neste material são baseadas em determinadas suposições e nas condições atuais de mercado – tais informações são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Próprio Capital Gestão de Recursos não se responsabiliza por eventuais prejuízos de qualquer natureza em consequência do uso destas informações.
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