Comentário Mensal do Gestor – Maio 2021

Bolsa antecipa a economia. Ter condições de investir e aguardar o cenário evoluir é um requisito básico.

Em maio, pelo segundo ano consecutivo, o mercado financeiro registrou um desempenho positivo neste mês, vide dólar em queda perante o real e bolsa em alta, mesmo com as expectativas inicialmente negativas. Foi um resultado surpreendente para muitos. Isso demonstra a importância de alinhar as referências que variam muito no curto prazo somente com as aplicações para uso no curto prazo. Para os investimentos visando os próximos anos, o ideal é buscar identificar fatos que realmente possam ter impacto nesse horizonte.

Ambiente internacional de recuperação e incentivos nas grandes economias estimula países emergentes.

Vários sinais apontam a retomada das maiores economias do mundo ao patamar de antes da pandemia da Covid-19, embora com o receio sobre a intensidade de uma terceira onda da doença. Têm sido frequentes as revisões positivas para o crescimento do PIB mundial, atualmente em 6,0% para 2021 segundo o FMI, e resultados acima do esperado nas empresas. Sem dúvida está relacionado com a gradual recuperação da confiança, dado a propagação da vacinação e com isso o aumento do consumo e melhora no emprego.

À medida que temos essa reabertura geral das atividades, uma preocupação tem sido a possibilidade da inflação se estabelecer acima de 2,0% ao ano, que é um limite dos Bancos Centrais em vários países.

Frente a isso, os governos têm adotado uma postura de cautela, por enquanto evitando reduzir os incentivos econômicos como a injeção de recursos nas economias e mantendo taxas de juros próximas a zero ou 0,5% ao ano. Essa inflação tem sido encarada como reflexo pontual de demandas reprimidas pela pandemia, e de dificuldades em cadeias de produção devido à paradas em fornecedores e fatores climáticos.

Outro ponto de discussão é que estes gastos excepcionais e incentivos devem implicar em mais custos para sociedade, no futuro. Uma referência têm sido os EUA, onde Biden busca apoio político para aumentar em US$ 1 trilhão os gastos em infraestrutura, tendo como contrapartida o aumento de impostos às empresas.

Adicionalmente, após grandes valorizações nas bolsas nos EUA, continua um comportamento mais cauteloso de investidores naquelas bolsas, o que também sustenta alocação em outros países como o Brasil. Ao passo que as crises nas últimas décadas aprimoraram muito os instrumentos para controlar a economia, além da capacidade dos governos impor limites para especulação financeira.

Frente aos graves efeitos da pandemia, o país tem demonstrado resiliência.

Os indicadores econômicos do 1º trimestre e mais recentes têm apontado que vários setores estão conseguindo lidar apropriadamente com a pandemia da Covid-19. Aliado à trajetória de redução de novos casos, óbitos e transmissão do vírus, e o andamento de milhões de vacinas, a perspectiva é construtiva.

Dois sinais importantes têm sido a forte arrecadação federal e o resultado da balança comercial. Em abril as receitas federais novamente foram acima do esperado, com R$ 156,8 bilhões, acumulando no ano 13,6% acima da inflação perante esse período em 2020. Enquanto que a balança comercial em maio foi positiva em US$ 9,29 bilhões, crescendo +35,9% perante maio de 2020, conduzida pelo agronegócio, petróleo e mineração.

As exportações fortes e uma recuperação mais rápida da economia têm melhorado a avaliação do risco-país do Brasil. Isso ajusta o fluxo no câmbio positivamente, reduzindo as cotações do dólar para R$ 5,20 na virada do mês, a maior baixa mensal desde novembro e seguindo uma tendência mundial de recuo do dólar.

Ao passo que a taxa de desemprego em 14,7% (mar.21) segue como um grande desafio. Embora a geração de vagas formais continue, vide o CAGED apontando saldo positivo de mais 120,9 mil vagas em abril.

A retomada de reformas estruturais é um caminho necessário.

Em meio às preocupações crescentes sobre os cenários político e das contas públicas, no curto prazo está acontecendo uma situação interessante: os sucessivos recordes na arrecadação e a alta da inflação indicam uma certa folga no teto de gastos para 2022, dado que a inflação aumenta esse limite.

Essa é uma oportunidade para evoluir de medidas emergenciais para medidas estruturais, que estimulem a melhoria de produtividade, reduzindo a alocação ruim de recursos. Sinais interessantes seriam uma boa evolução das reformas administrativa e tributária, e das concessões e privatizações, destacando a Eletrobras.

A inflação sustenta novos aumentos dos juros da Renda Fixa, porém, continuando sem ganho ao investidor.

Além dos fatores que impulsionam a inflação no mundo, outra pressão local têm sido as chuvas abaixo do esperado. Isso tem implicado na energia elétrica seguir com cobranças adicionais até outubro, a bandeira vermelha 2, efeito do pior cenário climático no sudeste em décadas, com reflexo também sobre os alimentos.

Apesar disso, analistas apontam a possibilidade de menor inflação logo no 2º semestre. Principalmente devido à expectativa de normalização das linhas de produção e dos preços de produtos básicos, e mantendo a dinâmica atual, alguns também esperam um recuo maior das cotações do dólar.

De qualquer forma, o Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central, têm aumentado seguidamente as projeções para a taxa de juros Selic em dezembro. A edição de 11 de junho aponta os juros sendo elevados dos atuais 3,50% ao ano para 6,25% ao ano. Mesmo assim, é um cenário que não sustenta um ganho real relevante ao investidor de renda fixa, dado que as projeções para a inflação do IPCA são de 5,82% em 2021.

Balanços do 1º trimestre das empresas em bolsa apontam resultados em 2021 acima do que era esperado.

A bolsa brasileira ainda está barata, seja perante seus múltiplos históricos, assim como em comparação às bolsas nos EUA e outros Mercados Emergentes. A retomada da economia e o ambiente externo benigno devem sustentar um robusto crescimento dos lucros das empresas em bolsa. Prova disso, o 1º trimestre de 2021 já trouxe resultados superiores a esse período em 2020, mesmo que integralmente na pandemia.

Outro grande impulsionador das cotações continua sendo a migração de investidores da renda fixa para ações, vide a manutenção de taxas de juros em patamar abaixo da inflação.

Como sempre, vamos ter turbulências políticas e pressões inesperadas, e nestes momentos é importante lembrar que o investimento em empresas na bolsa sempre se destaca bem quando avaliado ao longo de anos. Isso porque as grandes companhias têm gestão experiente e dispõem de melhores recursos, e por isso, lideram consolidações setoriais via fusões, aquisições e a digitalização das operações.

O Próprio Capital FIA mantém geração de retorno combinado com liquidez e diversificação de riscos.

Buscamos evitar as visões generalistas, nosso foco é buscar entender quais são os potenciais e riscos de cada empresa que investimos. Continuamos com uma carteira combinando exportadores, que se beneficiam da recuperação econômica global, e empresas muito competitivas voltadas ao mercado interno. Eventos como esta pandemia destacam os negócios superiores e que inclusive registram forte crescimento.

Ao final de maio, o Próprio Capital Fundo de Ações registrou valorização das cotas em +67,4% em 12 meses, enquanto o Ibovespa teve variação de +44,4% nesse período. Em 2021, o fundo acumula ganho de +17,3%, perante valorização de +6,0% do Ibovespa. Em maio as cotas do fundo encerraram o mês no valor de 6,33, com valorização de + 5,98%, bem próximo da alta de +6,16% no Ibovespa no mês.

O investimento periódico é como semear, visando colher resultados ao longo do tempo.

O trabalho da gestão almeja rentabilidade combinada com boa gestão dos riscos, mas o investidor deve avaliar seu patrimônio, conhecimento e objetivos, e se for adequado, fazer investimentos periódicos e nas quedas reforçar aplicações. Em nossa visão essa é uma estratégia que faz muita diferença mesmo.

Vamos em frente, cuidando da saúde e buscando sucesso nos investimentos.

Um abraço,

Rafael Costa
Gestor de Investimentos
Próprio Capital Gestão de Recursos

Importante/Leia com Atenção: Material Publicitário. Este material tem propósito exclusivamente informativo e, portanto, não deve ser considerado como recomendação de investimento, oferta de venda de cotas de fundos de investimento ou de qualquer título ou valor mobiliário. Informações econômicas, previsões, opiniões, técnicas ou estratégias de investimentos mencionadas neste material são baseadas em determinadas suposições e nas condições atuais de mercado – tais informações são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Próprio Capital Gestão de Recursos não se responsabiliza por eventuais prejuízos de qualquer natureza em consequência do uso destas informações.
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