Comentário Mensal do Gestor – Junho 2021

Empresas com ações em bolsa refletem a recuperação da atividade, movimento que segue firme.

Junho foi mais um mês com vários indicadores apontando melhora da economia mundial e local. Essa recuperação continua sendo a maior referência nas perspectivas e escolhas dos próximos meses. Uma possível aceleração da vacinação contra Covid-19 e seus reflexos positivos é um fator crucial nessa trajetória.

Como sempre, o cenário evolui e novas preocupações ganham espaço. Para o investidor ter sucesso frente às incertezas, o ideal é sempre avaliar seu patrimônio, conhecimento e objetivos, e buscar adequar suas aplicações, acompanhar e fazer ajustes quando necessário. Situações como a renda fixa mantendo o baixo rendimento, no Brasil até mesmo abaixo da inflação, impactam todos, dos pequenos aos investidores internacionais, e isso é outro aspecto que deve sustentar o bom desempenho das bolsas.

Ambiente internacional de recuperação e incentivos nas grandes economias estimula países emergentes.

É cada vez mais claro que as maiores economias do mundo estão retornando ao patamar de antes da pandemia da Covid-19. Ao passo que os receios de uma terceira onda da doença têm se confirmado em novas variantes, sustentando a cautela. Não obstante, a previsão de crescimento do PIB mundial em 2021 de 6,0% segundo o FMI, está sendo ajustada por outras instituições, como a Fitch Ratings, que projeta 6,3% de aumento. Vide à reabertura “mais rápida do que o esperado” nos EUA e Europa e suporte dos governos.

A preocupação com a inflação acima de 2,0% ao ano em grande parte dos países, limite para vários Bancos Centrais, têm sido encarada com prudência. Um forte motivo é que a China, mais adiantada na recuperação econômica, já registra inflação sob controle, de 1,1% em 12 meses até junho. Isso reforça a visão geral que a inflação maior é transitória, como têm apontado o Fed, banco central dos EUA. Sendo reflexo pontual de demandas reprimidas pela pandemia, dificuldades de produção com paradas em fornecedores e do clima.

Nessa situação, grande parte dos governos estão mantendo os incentivos econômicos, tais como a injeção maciça de recursos em incentivos e taxas de juros próximas a zero ou 0,5% ao ano. Um exemplo é o anúncio dos EUA de um acordo político para investimentos internos em US$ 1,2 trilhão, confirmado ao final de junho.

Adicionalmente, após grandes valorizações nas bolsas nos EUA, continua um comportamento mais cauteloso de investidores naquelas bolsas, o que também sustenta alocação em outros países como o Brasil. Embora as crises nas últimas décadas aprimoraram muito os instrumentos para controlar a economia, além da capacidade dos governos impor limites para especulação financeira.

Brasil: Melhora da vacinação e das projeções de crescimento são contínuas.

Nesse 1º semestre foi destaque o desempenho das commodities exportadas e a expansão das empresas que são líderes setoriais, até mesmo em setores bastante afetados pela pandemia. Grande parte são empresas que têm robustez construída em décadas, e estão aproveitando a sua capacidade para acessar recursos no mercado financeiro, e investindo em aquisições, fusões e na digitalização das operações.

De forma macro, isso se reflete em recordes consecutivos na arrecadação federal (R$ 142 bilhões em maio, +69,9% perante 2020), na balança comercial (US$ 10,4 bilhões em junho, +59,5% frente 2020) e no aumento da contratação em empregos formais (saldo de +280,7 mil em maio, segundo Caged/IBGE).

Paralelo, o Ministério da Saúde indicou que até 08 de julho foram aplicadas 110 milhões de doses de vacina contra Covid-19 no país, sendo prevista a entrega de 464,6 milhões de doses entre julho e dezembro.

Essa composição de fatores manteve em junho a redução do risco-país do Brasil e um fluxo no câmbio bem positivo, e principalmente, impulsiona revisões nas projeções de alta do PIB para acima de 5,25% em 2021.

Preocupação com as contas públicas foi arrefecida no curto prazo, mas outros riscos ganham relevância.

O crescimento na arrecadação e a alta da inflação local, indicam uma certa folga no teto de gastos para 2022, dado que a inflação aumenta esse limite. Inclusive as projeções da dívida pública se acomodam na faixa de 60% do PIB, líquida de créditos ao governo. Porém, o aumento de tensões políticas (que não são novidade neste meio) e a maior inflação, têm potencial de afetar a confiança geral na gestão do governo. Em contraponto, as últimas eleições para os presidentes da Câmara e do Senado e o avanço de questões como a privatização da Eletrobrás, indicam capacidade do governo em negociar apoios às suas pautas.

A inflação sustenta novos aumentos dos juros da Renda Fixa, porém, continuando sem ganho ao investidor.

Além dos fatores que impulsionam a inflação no mundo, outra pressão local têm sido as chuvas abaixo do esperado. Isso tem implicado na energia elétrica seguir com cobranças adicionais até outubro, a bandeira vermelha 2, efeito do pior cenário climático no sudeste em décadas, com reflexo também sobre os alimentos.

Apesar da inflação do IPCA/IBGE ter acumulado +8,35% nos últimos 12 meses até junho, analistas apontam a possibilidade de menor inflação logo no 2º semestre. Principalmente devido à expectativa de normalização das linhas de produção e dos preços de produtos básicos, e um possível recuo maior das cotações do dólar.

De qualquer forma, o Boletim Focus, pesquisa semanal do Banco Central, têm aumentado seguidamente as projeções para a taxa de juros Selic em dezembro. Os dados de 09 de julho apontam os juros sendo elevados dos atuais 4,25% ao ano para próximo de 6,75% ao ano. Ao investidor ainda é um cenário que não sustenta um ganho real relevante na renda fixa, já que as projeções para a inflação do IPCA são de 6,11% em 2021.

Balanços do 2º trimestre das empresas em bolsa, divulgados até meados de agosto, são o nosso foco.

A melhora dos resultados das empresas na bolsa brasileira mantém as cotações relativamente atraentes perante seus múltiplos históricos, mesmo com valorização das cotações. Nossa expectativa é que os balanços do 2º trimestre ratifiquem esse bom desempenho, aliado ao ambiente externo benigno e a recuperação da economia local, com impulso adicional da prorrogação do auxílio emergencial por 3 meses.

Em linha com essa perspectiva, o investidor estrangeiro teve em junho um saldo positivo de aplicação em R$ 16,2 bilhões na bolsa local, o maior volume desde o início do Plano Real. No semestre o saldo acumulado também é forte, em R$ 48,5 bilhões, mais do que o dobro do recorde anterior de R$ 21 bilhões em 2015.

O Próprio Capital FIA mantém geração de retorno combinado com liquidez e diversificação de riscos.

Buscamos evitar as visões generalistas, nosso foco é buscar entender quais são os potenciais e riscos de cada empresa que investimos. Continuamos com uma carteira combinando exportadores, que se beneficiam da recuperação econômica global, e empresas muito competitivas voltadas ao mercado interno.

Ao final de junho, o Próprio Capital Fundo de Ações registrou valorização das cotas em +47,24% em 12 meses, enquanto o Ibovespa teve variação de +33,40% nesse período. Em 2021, o fundo acumula ganho de +18,54%, perante valorização de +6,54% do Ibovespa. Em junho as cotas do fundo encerraram o mês no valor de 6,39, com valorização de + 1,04%, e o Ibovespa teve alta de +0,46% no mês.

O investimento periódico é como semear, visando colher resultados ao longo do tempo.

O trabalho da gestão almeja rentabilidade combinada com boa gestão dos riscos, mas o investidor deve avaliar suas possibilidades, se for adequado, fazer investimentos periódicos e nas quedas reforçar aplicações. Em nossa visão essa é uma estratégia que faz muita diferença mesmo.

Vamos em frente, cuidando da saúde e buscando sucesso nos investimentos.

Um abraço,

Rafael Costa
Gestor de Investimentos
Próprio Capital Gestão de Recursos

Importante/Leia com Atenção: Material Publicitário. Este material tem propósito exclusivamente informativo e, portanto, não deve ser considerado como recomendação de investimento, oferta de venda de cotas de fundos de investimento ou de qualquer título ou valor mobiliário. Informações econômicas, previsões, opiniões, técnicas ou estratégias de investimentos mencionadas neste material são baseadas em determinadas suposições e nas condições atuais de mercado – tais informações são altamente dependentes de fatores incertos, como o comportamento do mercado, da situação econômica do Brasil, da indústria e dos mercados internacionais. Portanto, cada declaração aqui escrita está sujeita a mudanças, e não deve ser utilizada como insumo para qualquer estratégia de investimento pessoal ou institucional. A Próprio Capital Gestão de Recursos não se responsabiliza por eventuais prejuízos de qualquer natureza em consequência do uso destas informações.
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