31 ago Superação da pandemia será um forte fator para melhorias econômicas
No dia a dia, as cotações flutuam por expectativas. Com o tempo, os resultados reais das empresas ganham relevância.
Períodos de estresse nas cotações são comuns todos os anos. No entanto, esses períodos não se comparam aos momentos de pânico passados no início da pandemia da Covid, em março de 2020, ou da crise internacional ocorrida no segundo semestre de 2008.
Geralmente, essas são situações relacionadas à economia e disputas políticas que afetam as expectativas a curto prazo. O impacto maior disso é aos investidores que tentam ter resultados imediatos.
Nossa experiência aponta que quando expectativas envolvem coisas difíceis de prever, podem mudar de forma inesperada e rápida.
Ao passo que sempre após períodos de estresse, as cotações de empresas com ações em bolsa retornam e superam suas máximas anteriores. Um dos motivos para isso é o fato de que as empresas há décadas enfrentam e superam situações semelhantes.
Nesse sentido, grande parte das empresas brasileiras em bolsa publicaram balanços no segundo trimestre realmente muito bons, e as indicações são que isso deve continuar.
Mundo continua com juros baixos e incentivos ao consumo
Em agosto, a economia mundial seguiu em recuperação, embora ainda afetada por fatores transitórios e conectados.
O aumento no número de casos de variantes da Covid-19 causa grandes impactos nas atividades, principalmente em populações não vacinadas. Isso tem prolongado problemas em estoques e fornecimento para produção em vários setores.
Vide o avanço da imunização e a superação da pandemia, essa situação é claramente de curto prazo, e são mantidas as projeções de crescimento do PIB mundial na faixa de 6% neste ano.
À medida que surgem resultados consistentes, os governos já discutem a redução de incentivos econômicos.
Até porque os efeitos colaterais desse esforço são crescentes. À exemplo da inflação, acima da meta de 2,0% ao ano em vários países, limite comum aos Bancos Centrais. Bem como, dificuldades para os governos financiarem seus gastos, sem elevar juros e impostos.
Em nossa visão, ajustes na política econômica sempre são necessários. Sendo pelo motivo de melhora da economia mundial, o balanço entre benefícios e restrições vai continuar positivo aos países emergentes.
Brasil: apesar de ruídos na política, dados apontam recuperação
Como em todo mundo, a pandemia gerou recessão e aumentou o desemprego. O Brasil atingiu 14,1% em junho, segundo a PNAD do IBGE, e também tem elevado a inflação local acima de 9,0% nos últimos 12 meses.
Naturalmente, estes fatores sustentam conflitos políticos. Porém, embora ainda não haja alinhamento de forças que altere o cenário político, existem boas oportunidades para a sociedade encarar problemas e buscar soluções.
Consideramos que a superação da pandemia será um forte fator para melhora na confiança geral e no desempenho da economia, e isso está bem encaminhado.
Dados do Ministério da Saúde informam que, até 06 de setembro, foram aplicadas 197 milhões de doses de vacina contra Covid-19 no país, sendo 64,6 milhões em segunda dose. E mais 280 milhões de doses serão recebidas nos próximos 4 meses.
Sobre a atividade, um dado chama atenção: a arrecadação federal foi a maior neste mês em toda série de dados desde 1995: R$ 172 bilhões em julho, corrigida pela inflação. Assim como, o Caged registrou 316 mil novas vagas formais criadas em julho.
Esses fatos que aparentam continuidade em agosto, vide indicadores de confiança medidos pela FGV, em geral melhorando, e de volta ao patamar anterior à pandemia.
Inflação persiste por vários aspectos, sem ganho real ao investidor
Do lado positivo sobre a inflação, tivemos o recuo dos preços em dólar de commodities, como soja, milho, aço e minério de ferro. Aliado ao dólar na faixa de R$ 5,20, efeito do mês com um bom saldo da balança comercial, em US$ 7,6 bi., e do saldo estrangeiro de entradas na bolsa em R$ 6,5 bilhões (mesmo com estresses atuais).
Em contrapartida, a alta de preços dos combustíveis e o impacto de efeitos climáticos sobre a energia elétrica e alimentos continua bem relevante, projetando a inflação acima do limite da meta em 5,25% para 2021.
Isso tem exigido ao Banco Central o aumento da taxa de juros Selic. Por isso, analistas projetam, segundo o boletim Focus do BC em 03 de setembro, um aumento de juros dos atuais 5,25% ao ano para próximo de 7,75% ao ano, até o final de dezembro.
De qualquer forma, esses fatos não geram nenhum ganho relevante ao investidor na renda fixa, já que as projeções para a inflação do IPCA estão em 7,58% neste ano.
Investidor bilionário, Warren Buffett explica: “o preço é o que você paga, o valor é o que você leva”
Além de bons resultados, os balanços do 2º trimestre das empresas em bolsa mostram um empenho grande na digitalização das atividades, em praticamente todos os setores.
Essa transformação tem como base a forte capacidade de gestão e o acesso a recursos financeiros, característica das empresas de porte para terem ações em bolsa, e que geralmente são líderes em seus setores.
Outra tendência que temos observado é a expansão das atividades e estruturas, na chamada consolidação setorial, principalmente através de aquisições.
Anúncios envolvendo empresas em bolsa, com destaque no setor de saúde estão cada vez mais frequentes. Com certeza, este é um grande fator para sustentar maiores resultados.
Em paralelo, é interessante perceber a continuidade do movimento de abertura de capital, que trouxe cinco novas empresas para a bolsa em agosto.
Além disso, destacamos a emissão de novas ações por empresas já em bolsa, como a “Sinqia”, que atua com softwares para o mercado financeiro.
De forma geral, o cenário macro tem afetado as expectativas para empresas relacionadas à bens de consumo, bens duráveis e ao mercado imobiliário. Setores que consideramos com cotações baratas.
Foco da gestão é no valor das empresas investidas perante seu preço em bolsa, com diversificação e liquidez
Buscamos evitar as visões generalistas. Nosso foco é entender quais são os potenciais e riscos de cada empresa que investimos.
Acreditamos que a volatilidade e a recente queda nas cotações abrem oportunidades em muitos negócios robustos, que sempre superaram seus desafios, e entregam resultados consistentes.
Ao final de agosto, o Próprio Capital Fundo de Ações acumulava valorização das cotas em +22,79% em 12 meses, enquanto o Ibovespa teve variação de +17,45% nesse período.
Em 2021, o fundo registra ganho de +7,09%, perante queda de -0,20% do Ibovespa. Em agosto, as cotas do fundo encerraram o mês no valor de 5,77, com recuo de -5,36%, e o Ibovespa teve queda de -2,48% no mês.
O investimento periódico é a melhor estratégia
Não é necessário ficar esperando condições melhores para avaliar ajustes nos investimentos pessoais. O importante mesmo é entender seu perfil, buscar boas fontes de conhecimento e definir objetivos.
Em geral, é possível separar em renda fixa o capital para eventos inesperados e gastos planejados.
No capital para investimento que for aplicado em uma carteira de empresas, como o Próprio Capital, após ter definido uma alocação adequada, é interessante fazer investimentos periódicos e nos momentos de quedas, reforçar aplicações. Isso vai garantir tranquilidade e ganhos maiores no médio e longo prazo.